A timidez pode dificultar a aprendizagem?

Sim. Ela pode prejudicar a capacidade de aprendizagem do aluno e o seu desenvolvimento social. Com as habilidades sociais afetadas, o estudante tímido encontra dificuldades em estabelecer relações interpessoais, já que outros alunos podem presumir que esses estudantes são hostis ou desinteressados.

Assim, faz-se necessário entender que a timidez é uma combinação de várias emoções. Geralmente, ela deriva do medo, insegurança, tensão, apreensão ou constrangimento.

Os estudantes tímidos constantemente são introspectivos e se sentem inseguros quando colocados em situações diferentes das quais já estão habituados. Eles também não gostam quando o foco é colocado sobre eles.

Como professor, é preciso ter certa sensibilidade para identificar a timidez, já que às vezes ela pode ser confundida com auto suficiência ou independência demais. Todo o problema implica em uma marginalização social do aluno, que cria baixa autoestima e, em casos mais graves, depressão e solidão.

Leia também sobre: Sexto Sentido Ou Hipersensibilidade Emocional? Clique Aqui!

Como educadores, também é nosso papel ajudar os alunos a superarem essas emoções e se socializarem. Ainda que o desenvolvimento das habilidades sociais dependa da confiança do próprio estudante, é importante que desenvolvamos um ambiente que ofereça um senso de segurança para cada aluno. Eles precisam entender que seus pensamentos, medos e emoções são importantes e reais.

Dicas para o professor que podem ser colocadas em prática em sala de aula a fim de ajudar seus alunos a ganharem confiança e entender que suas inibições são naturais e comuns:

1 – Dinâmicas para ajudar a turma a se conhecer e interagir 

Dinâmica ideal para início de semestre ou de ano. Cada pessoa fala um pouco sobre si (por exemplo, uma palavra que os descreve, uma banda que gosta, uma cor favorita, um animal). Esse exercício é uma oportunidade para que os estudantes encontrem afinidades uns com os outros.

Também pode ser feito de outra forma: dividindo os estudantes em pares e pedindo para que cada membro da dupla se apresente ao outro (e vice-versa). Depois que a dupla conversar por cerca de cinco minutos, basta pedir para que cada par apresente o seu parceiro para o resto da turma.

2 –  Organize a classe de forma a facilitar a discussão 

A organização da sala de aula é importante para que os alunos se sintam confortáveis com seus pares e facilitem a discussão. Você pode experimentar, por exemplo, organizar os alunos em pequenos grupos e depois reorganizá-los ao longo do ano, para que cada aluno tenha a oportunidade de se sentar e conhecer todos os outros alunos da turma.

3 – Incentive o apoio mútuo entre as diferenças 

Sempre que possível, lembre seus alunos sobre a singularidade de cada indivíduo. Somos diferentes e únicos em nossos próprios caminhos, portanto, é normal que alguns estudantes sejam naturalmente mais extrovertidos do que outros. É importante sempre ressaltar que a introversão não precisa ser vista como algo negativo, e que a timidez (em níveis moderados) pode ser normalizada.

4 – Mantenha contato com todos os estudantes 

Fale com todos os alunos, especialmente aqueles que você considera tímidos demais. É que quanto mais as pessoas “tímidas” permanecem em seus cantos, mais difícil para eles se abrirem a outras experiências.

Sempre que possível, faça um comentário, uma pergunta, bata papo ou apenas sorria para que elas se sintam incluídas. Isso criará comunicação, incentivará a interação e, mais uma vez, permitirá que alunos “tímidos” se sintam orgulhosos e melhorem sua autoestima.

É bem provável que exista ao menos um aluno tímido em toda a sala de aula. Mas com medidas simples, é possível fazer com que eles se sintam incluídos em suas aulas.

Como ajudar os tímidos fora da escola?

  • Leve em conta as particularidades de uma criança;
  • Respeite-a do jeito que ela é;
  • Faça com que as superações sejam gradativas e naturais;
  • Não force situações;
  • Melhore a autoestima da criança mostrando que a opinião dela é importante, que você acredita nela;
  • Incentive-a a falar, deixe que ela conte o que sente e pensa. Escute de verdade;
  • Evite comentários na frente dela do tipo “é muito retraída”, “não adianta falar com ela, não vai lhe responder…”;
  • Mostre que ter iniciativa é algo muito bom;
  • Tenha paciência. O processo é gradativo. Não espere mudanças drásticas do dia para a noite.

Timidez tem a ver com a autoestima. “O tímido espera a aprovação do outro em qualquer coisa que faça. Não gosta de dar explicação e prefere não falar, mesmo que esteja certo”, afirma Edilene Modesto, Pedagoga do Núcleo de Cultura, Estudos e Pesquisas do Brincar da PUC-SP e Mestre em Psicologia da Educação. “Por nunca ter a possibilidade de se expressar, a criança tímida perde muito, principalmente, porque começa a desenvolver um complexo de inferioridade”, complementa.

Já a Psicóloga Maria Luiza Marinho, professora do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento da UEL (Universidade Estadual de Londrina), diz que “nem todos precisam ser extrovertidos. Há pessoas quietas muito felizes, que se dão bem profissionalmente e nas relações pessoais. O problema é quando a timidez interfere na vida da pessoa e a impede de fazer coisas por medo de ser reprovada”, diz a especialista.

Referência:

https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2012/10/03/timidez

Mulher sorrindo.Colunista:

Iracy Carmanini

Psicopedagoga Clinica e Institucional;
Especialista em educação especial, deficiências auditiva e cognitiva, Alfabetização e Letramento.

*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.


Caso tenha alguma dúvida sobre o assunto, nos envie suas dúvidas clicando aqui.


O Psicopedagogo atua no sentido de prevenir e/ou detectar dificuldades de aprendizagem, promover sugestões metodológicas e educacionais de forma terapêutica: seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio, da família, da escola e da sociedade.