COMO TER UM OLHAR ATENTO PARA AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM APRESENTADAS POR SEU FILHO NA ESCOLA?
Você acompanha as atividades do seu filho? Você lê com seu filho e pede para fazê-lo também? Você faz questionamentos sobre o texto lido? Percebe se ele compreendeu a história ou texto lido? Ao brincar ou sair para passear, você o questiona sobre questões cotidianas e acha que ele consegue resolver algum conflito ou situações concretas? Joga com seu filho: jogos de estratégia ou que envolvam números e seu valor social?
Esses momentos são imprescindíveis para que você analise as habilidades da criança e mais que isso: o estimule nas situações diárias…
Um ambiente acolhedor e estimulador das funções cognitivas, refletirão positivamente na vida dos jovens. E se, investirmos desde cedo, nunca se sentirão cansados ou desanimados, mas verão a capacidade de desenvolvimento das suas habilidades e competências e serão muito gratos por isso.
A aprendizagem escolar é um processo que depende da combinação coordenada de múltiplos fatores: genéticos, neurobiológicos, psicoemocionais, sócio-culturais, pedagógicos, institucionais e familiares.
No Brasil(1), em torno de 40 a 50% das crianças e adolescentes apresentam dificuldades no aprendizagem escolar. Este número assustador e preocupante suscita em nossos estudiosos, gestores públicos e privados e professores reflexões e análises aprofundadas com a finalidade de tentar explicar os motivos da magnitude deste número.
Podemos dividir em dois eixos de estimulação: a estimulação precoce, mediada em parceria com os pais e a mediada em parceria clínica, esta por sua vez, pode ser preventiva ou aprofundada com o objetivo de intervenção a alguma discrepância psico emocional, pedagógico ou comportamental.
O psicopedagogo(2) assume papel relevante na abordagem e na solução dos problemas de aprendizagem, sem procurar culpar ou acusar os personagens envolvidos no processo. Ele procura avaliar a situação da forma mais eficiente e proveitosa. Em sua avaliação, no encontro inicial com o aluno e seus familiares, ele utiliza recursos que o auxiliarão a captar explicações à causa do não-aprender das crianças.
Pensando na aprendizagem da criança, devemos estar atentos a algumas medidas de prevenção, baseado em evidências de estudos de casos.
Eis algumas estratégias que podem colaborar e prevenir para que nenhum intruso interfira no desenvolvimento físico, motor, emocional e consequentemente no desenvolvimento cognitivo da criança.
· Cuidar do nível educacional das mães e cuidadores;
· Buscar no pré-natal, durante a gravidez, ações que sejam benéficas para o cérebro do futuro bebê;
· Detectar e evitar práticas nocivas ao desenvolvimento cerebral, como drogas lícitas ou ilícitas;
· Se informar e procurar desde muito cedo meios de estimulação de pré-requisitos para leitura e escrita em bibliotecas ou salões culturais;
· Detectar e procurar intervenções para criança com atrasos de desenvolvimento neuropsicomotor, especialmente aquelas com distúrbios motores;
· Estar atento aos atrasos da fala, problemas de linguagem e problemas de atenção e de memória;
· Procurar especialistas em desenvolvimento em instituições que cuidam e participam dos primeiros anos de vida das crianças;
· Vacinar e prevenir meningites e traumas cranianos na infância com o intuito de proteger o cérebro de agentes potencialmente lesivos às suas funções;
· Procurar por espaços estimuladores, com condições nutricionais e lúdicos adequados (brincar, alimentar-se bem, socializar-se).
Atualizar os professores e informar aos pais acerca da precoce atenção aos pequenos, pode diminuir ou acabar com defasagens causadas pela falta de estimulação.
Referência:
1) Livro Educação Aberta- ABED positivo.
2) SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e Realidade escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
Colunista:
Iracy Carmanini
Psicopedagoga Clinica e Institucional;
Especialista em educação especial, deficiências auditiva e cognitiva, Alfabetização e Letramento.
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O Psicopedagogo atua no sentido de prevenir e/ou detectar dificuldades de aprendizagem, promover sugestões metodológicas e educacionais de forma terapêutica: seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio, da família, da escola e da sociedade.