Maternidade

A Maternidade é um assunto bastante amplo, pois quando falamos sobre isso, pensamos sobre as mulheres que são mães, as que não querem ser mães, as que querem e não podem, etc., além de tudo que diz respeito a esse tema.

A maternidade é algo muito subjetivo, único de cada pessoa, principalmente entre as mulheres. É um assunto que hora ou outra, ronda a vida de uma mulher.  Desde crianças, a maioria de nós, somos incentivadas a crescermos logo, sermos mães e donas de casa, isso é refletido nos brinquedos, quando ganhamos bonecas, casinhas e utensílios de cozinhas, por exemplo. Na pré adolescência, durante a primeira menstruação, dizem que viramos “mocinhas”, depois de certa idade, surgem as perguntas “não vai namorar?”, depois “não vai casar?” “não vai ter filhos?”, ou seja, a cultura em que vivemos, nos sugere e nos pressiona para isso, porém, essas atitudes não são nem um pouco saudáveis e violam nossos direitos de escolha.

O que uma mulher quer fazer da vida e até mesmo a maternidade, deveria ser uma escolha, mas mesmo aquelas que escolheram ser mães, como elas lidam com tudo isso? A pressão que antes já existia, agora dobra de tamanho, além de ser uma mulher de mil e uma utilidades, você é pressionada a ser uma mãe perfeita.

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A romantização da maternidade, é preocupante, pois as mulheres que sentem dor, sentem medo, ou que não ficaram com aquela sensação de “renascer” muitas vezes se veem obrigadas a passar  por cima de suas emoções, para agradar os outros.

Quando você se torna mãe, não deixa de ser quem você é, mas novamente a sociedade te impõe um novo papel, por exemplo na reunião da escola, a professora te chama por “mãe” mas desde quando esse virou seu nome? É muito comum essa perda de identidade, a mulher, mãe, esposa, dona de casa, trabalhadora, alguém se importa com suas vontades? com seus interesses? É muito importante que você não deixe que seus papéis te definam, você é um ser humano, com desejos, sonhos, vontades, medos, gostos e deve deixar tudo isso vivo, você deve vir em 1º lugar.

Não podemos esquecer das mulheres que não querem ser mães, elas sofrem tanto quanto as outras. As pessoas à sua volta procuram um motivo, tentam encontrar uma justificativa plausível, para aquela mulher que não quer ser mãe, fazem questionamentos e suposições do tipo: “como assim você não quer ser mãe?” “  “mas e se você se arrepender?”

Com esses exemplos, vemos que a mulher é desrespeitada simplesmente por fazer escolhas e por suas vontades. A opção de não ser mãe é resultado de muita reflexão e de uma escolha daquela mulher, que deve ser respeitada. Não cabe a ela passar por cima de suas vontade, para agradar a outras pessoas que provavelmente não irão ajudá-la a criar a criança, mas sim cabe a sociedade exercer a empatia e respeito para com essas mulheres.

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Outro assunto importante e que deve ser abordado, é a diferença entre a tristeza e a depressão pós parto. A tristeza pós-parto é fisiológica e pode atingir muitas mulheres. Após o parto, nada aconteceu de errado, está tudo bem com a criança, mas a mulher se queixa de tristeza e irritabilidade que não sabe explicar. Se esse sentimento for passageiro e desaparecer em alguns dias, não há nada de errado, seu organismo acabou de passar por uma montanha russa hormonal e isso pode mexer com seu sistema nervoso central e consequentemente, com suas emoções. Porém, se essa tristeza aparecer semanas depois do parto, ficar mais intensa a ponto de incapacitá-la a fazer tarefas que antes eram rotineiras para essa mulher, ela começa a demonstrar apatia e desinteresse, pode ser um caso de depressão. Como a depressão possui múltiplos fatores determinantes, é indispensável um acompanhamento de um médico, psiquiatra e psicoterapia, para uma melhor avaliação e tratamento.

Então, você que é mulher, sendo mãe ou não, sente que precisa se conhecer melhor, entender mais os seus sentimentos, não hesite e busque ajuda, a psicoterapia é uma excelente forma de buscar o autoconhecimento e só tem a acrescentar na vida de uma pessoa.

Colunista:

Mariângela Neves

Psicóloga

“Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo.”

-Michel Foucault

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