O cérebro apaixonado

Você já se apaixonou? Quem nunca, não é?

Você sabe o que acontece no seu cérebro quando você está apaixonado ou apaixonada? e no seu corpo?

A paixão é a primeira fase do amor, possui curta duração, mas com muita intensidade, pode durar 12, 18 ou até 24 meses. É regulada por fatores endócrinos, onde o cérebro produz hormônios e neurotransmissores, essas substâncias químicas atuam de forma direta no corpo e no cérebro, como a oxitocina e a vasopressina, a ação desses hormônios juntos são chamados de “hormônios do apego”, os hormônios que estreitam os laços, é a conexão desenvolvida pelo casal apaixonado e, a preferência por alguém específico, como se a pessoa fosse única e insubstituível. Além desses, temos também a dopamina que está relacionada a motivação e a sensação de prazer, o cortisol que causa a euforia, principalmente quando pensa ou vê a pessoa amada, pensamentos as vezes até obsessivos, e a serotonina, no caso a diminuição da serotonina excretada no organismo.

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Na paixão, a motivação e o prazer, assim como a saudade, são considerados estados psicológicos que ativam o sistema límbico que é responsável pelas emoções e, alteram a circuitaria cerebral associados ao circuito de recompensa, que faz o indivíduo querer e fazer mais, faz o coração bater mais forte e acelerado, causa sintomas de ansiedade, euforia e insegurança, o sistema digestório fica alterado, o apaixonado fica hipervigilante, ou seja, tende a perder o sono. Todos esses sintomas estão associados ao estresse.

O amor é cego por conta disso?

Além de proporcionar prazer e sentimentos de bem-estar, o amor dá uma mãozinha (ou põe o juízo à prova) desativando o caminho neural responsável pelas emoções negativas, como medo e julgamento social.

Nossos sentimentos positivos e negativos acontecem por duas vias neurológicas diferentes. O “caminho” dos sentimentos positivos conecta o córtex pré-frontal ao núcleo accumbens (centro do prazer). Já nos negativos, o núcleo accumbens (centro do prazer) está ligado à amígdala. Quando vivemos o amor romântico, o maquinário neural responsável por fazer avaliações críticas de outras pessoas (inclusive do parceiro) é desligado.

Fogo de palha?

Com o tempo, a tempestade de hormônios se acalma, a montanha-russa de emoções e a angústia diminuem. Isto pode acontecer dentro de um ou dois anos. Não significa que a paixão acabou, mas o estresse do início não está mais ali. Pelo contrário, agora o amor se torna um amortecedor contra o estresse. Aquelas áreas do sistema de recompensa e do prazer continuam ativadas, mas, geralmente funcionam com menos intensidade com o passar do tempo.

Apesar de estudos mostrarem que existe mudança ao longo do tempo – de um amor apaixonado para um amor chamado de compassivo (mais profundo e não tão eufórico) – não significa que o relacionamento precisa esfriar ou que a chama diminua.

Outra pesquisa, realizada em 2011, na Stony Brook University, mostrou que é possível permanecer “loucamente apaixonado” por alguém depois de décadas de casamento. Casais casados há, em média, 21 anos passaram por ressonância magnética. Foram encontradas as mesmas intensidades de atividades em áreas ricas em dopamina, que nos casais recém-apaixonados. O resultado mostrou que a excitação do romance pode permanecer depois que passa a fase mais intensa e turbulenta do início da paixão.

Do ponto de vista cerebral a paixão é vista como uma demência temporária e possui características do estresse, da obsessão e compulsão. Estar apaixonado (a) é a mesma sensação que estar sob efeito de entorpecente ou alucinógeno (droga), pois alguns sintomas físicos são os mesmos como: euforia, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial podendo causar dependência.

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Reacendendo a chama do amor no cérebro

Para os casais que já estão juntos há muito tempo, e o amor apaixonado se transformou em amor mais compassivo e rotineiro, é possível reacender a sensação lá do início, com ajuda dos hormônios. A atividade sexual, por exemplo, pode aumentar os níveis de ocitocina e ativar o circuito de recompensa, fazendo com que os casais se desejem mais.

No mais, algumas ações nem precisam ser comprovadas por pesquisas para sabermos que valem a pena no relacionamento. Respeito, confiança e companheirismo são algumas delas. Já que relacionamento é parceria, que faça bem para todos os envolvidos, sem abusos, e com muitas sensações boas.

Fonte: Meu cérebro-2018

CharleneColunistas:

Johny Santos e Charlene Correia

Psicólogo(a)

A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.
Sigmund Freud

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