O que é a “objetificação da mulher”?

A discussão sobre o papel da mulher na sociedade vem se tornando uma pauta cada vez mais comum na atualidade, principalmente nas mídias sociais. Sabemos que a desigualdade de gênero ainda existe, principalmente em relação a oportunidades no mercado de trabalho, diferença salarial, etc.

Porém não é somente esse ponto de vista que deve ser discutido. Outras questões mais individuais trazem consigo a forma que as mulheres são vistas e é nesse ponto que começaremos a falar sobre objetificação feminina.

Mas o que é isso de “objetificação”? Como a palavra já diz, objetificar alguém, trata-se de compreender um indivíduo como um objeto, é principalmente elevar a importância da aparência, acima de todas as coisas e banalizar a imagem da mulher.

À primeira vista parece algo incomum, mas esta situação está presente em muitos lugares, principalmente na indústria publicitária. Você certamente já viu propagandas onde mulheres são estereotipadas e hipersexualizadas, aparecendo seminuas, tendo como único, o  papel de seduzir o sexo masculino.

Estas são visões decorrentes da cultura patriarcal em que vivemos, que há anos entende o papel da mulher, como um ser submisso e que sua função é proporcionar o prazer masculino. Já avançamos muito e as mulheres cada dia mais alcançam sua independência e papeis importantes na sociedade.

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Mas por que é importante falar sobre isso? A objetificação traz consequências sociais e psicológicas,  como a estereotipação da mulher, o que aumenta a busca por padrões estéticos irreais, fazendo com que se crie uma expectativa do que é “perfeito”, do comportamento que se é esperado de uma mulher, do certo e do errado. Mesmo dentro de casa, ou no trabalho, muitas mulheres que não atendem a esses padrões, são julgadas, insultadas ou mesmo duvidadas, por conta de sua aparência, seu corpo, cabelo, peso, etc.

Mulheres que vivem em ambientes onde isso é muito recorrente, tendem a fazer isso consigo mesmas e com outras mulheres, o que traz muitos prejuízos para a autoestima e para a convivência com outras pessoas.  Essa auto-objetificação também está ligada com as imposições da sociedade, fazendo com que muitas mulheres modifiquem seu comportamento e sua aparência, para tornarem-se mais atraentes, mesmo que isso afete diretamente sua autoestima e suas expectativas como mulher. Além disso, a objetificação desconsidera o individuo e seus aspectos psicológicos e emocionais e quando mulheres fazem isso consigo mesmas, são desencadeados diversos problemas de autoestima, pois não conseguem perceber ou não valorizam seus atributos pessoais.

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Opor-se a essa objetificação, identificando pequenas atitudes no dia a dia, tomando simples ações, significa lutar para mostrar para a sociedade e para as mulheres, que elas são completas, íntegras e que podem conseguir o que quiserem, e porque elas querem.

REFERÊNCIAS:
BORIS, Georges Daniel Janja Bloc; CESIDIO, Mirella de Holanda. Mulher, corpo e subjetividade: uma análise desde o patriarcado à contemporaneidade. Rev. Mal-Estar Subj., Fortaleza , v. 7, n. 2, p. 451-478, set. 2007 . Disponível em . acessos em 16 dez. 2020.

Colunista:

Mariângela Neves

Psicóloga

“Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo.”

-Michel Foucault

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