Perda de Audição por uso de Fones de Ouvido

Jovens estão perdendo audição por causa de fones de ouvido.

Fones de ouvido se tornaram acessórios indispensáveis para escutar música. Porém, segue a dúvida: fones de ouvido podem causar problemas auditivos?

É muito difícil escutarmos música sem fones de ouvido. Muitos sistemas de som não conseguem lidar com a intensidade de certos sons, e músicos encontraram uma maneira de trabalhar com fones de ouvido em suas músicas. Alguns sons soam diferente com ou sem fones de ouvido e podem sofrer alterações se forem reproduzidos em alto falantes.

Porém, muitos estudos implicam que a utilização de fones de ouvido pode causar a perda auditiva. Na verdade, ela não é causada por utilizá-los, necessariamente. Como muitas outras coisas, fones de ouvidos podem causar danos a sua saúde, caso sejam utilizados incorretamente. O uso com frequência e com alto volume pode acabar causando danos irreparáveis na audição. Essa é uma grande preocupação principalmente para os mais jovens que costumam escutar música com o volume muito alto e com muita frequência. E isso está levando a casos de início precoce de PAIR (perda auditiva induzida por ruído).

Mas como fones de ouvido danificam a sua audição?

Os problemas auditivos deixaram de ser preocupação apenas para os idosos e passaram a fazer parte da vida de muitos jovens que ficam por longos períodos com equipamentos de amplificação portáteis em seus ouvidos, geralmente com o controle de volume em alta intensidade, numa tentativa de se isolar ou competir com o ruído externo. Outro fator importante para o desencadeamento de uma alteração auditiva é o tipo de fone utilizado, uma vez que os fones de inserção conduzem toda a pressão sonora para dentro da orelha média e, depois, para a orelha interna sem nenhuma proteção. Não se pode esquecer que o aparelho auditivo humano tem limites que precisam ser respeitados, de modo a evitar futuros problemas (exposição máxima de até oito horas por dia a ruído de 85 dB e necessidade de repouso acústico, uma vez que as células ciliadas do ouvido são sensíveis).

Ao canalizar o som diretamente para seus ouvidos, os fones de ouvido melhoram a qualidade do som e permitem que as pessoas ouçam música em particular, privando outras pessoas de escutarem o que você está ouvindo. Deste modo, é possível escutar guitarras com som mais nítido, vocais mais detalhados e efeitos como som surround. No entanto, esta “privacidade” acaba sendo uma das principais responsáveis pelos danos causados a audição.

Para bloquear outros sons, o volume pode ser aumentado para níveis perigosos. Para se ter uma ideia de quão alto isso realmente é, vamos fazer uma comparação. Um motor de motocicleta opera a 100 dB (decibéis) e uma motosserra trabalha com aproximadamente o mesmo volume. Estes são ruídos altos e desagradáveis ​​que podem ferir nossos ouvidos e causar zumbidos por horas depois.

Como posso prevenir a perda auditiva?

Manter um volume razoável pode proteger muito os seus ouvidos; limitar o uso desses dispositivos também ajuda.

Além disso, reserve um tempo durante o dia para desfrutar do silêncio e nunca durma com a música tocando em seus fones de ouvido. Pois assim como outros músculos, nossos ouvidos ficam cansados ​​e precisam descansar. Portanto, você precisa fazer pausas para proteger seus ouvidos. Diminuindo o volume e evitando a exposição prolongada, você pode manter uma relação saudável com a música e diminuir o risco de PAIR e zumbido.

Se você acredita que já tem perda auditiva, uma audiometria pode ajudá-lo a determinar se você precisa ou não de ajuda profissional, e a prevenção sempre é a melhor opção, uma vez que a perda auditiva causada por ruído não tem tratamento.

Fontes:

National Institute on Deafness and Other Communication Disorders (NIDCD), U.S. Department of Health and Human Services, https://www.nidcd.nih.gov/health/noise-induced-hearing-loss#6

Audiol., Commun. Res. vol.22  São Paulo  2017  Epub 21-Set-2017

Gonçalves CL, Dias FA. Achados audiológicos em jovens usuários de fones de ouvido. Rev CEFAC. 2014;16:1097-108. https://doi.org/10.1590/1982-0216201422412

Colunista:

Silmara Canassa

Fonoaudióloga

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