A importância da família no processo terapêutico

Tomar a decisão de iniciar a terapia é algo muito simbólico e particular de cada um. Os motivos que levam uma pessoa para a terapia são diversos, vão desde o autoconhecimento, algum transtorno, encaminhamento de médicos e escolas, ou mesmo o sofrimento em geral.

Independente de qual seja o motivo dessa procura, o processo da terapia é algo que vai mudar a vida da pessoa de alguma forma, esse processo demanda muito das pessoas, pois mexe com questões internas e particulares de cada um. E seja quem for que estiver passando por esse processo, o apoio e participação da família são excelentes aliados.

A família tem um papel importante em todas as fases desse processo, desde o início, quando o paciente ainda tem dificuldades para perceber quais as causas de seus conflitos, ou mesmo entender que seus comportamentos são decorrentes de alguma doença ou transtorno. Essas são algumas questões que podem aumentar a resistência ao tratamento, principalmente porque muitas pessoas buscam um alívio instantâneo do sofrimento, porém o processo terapêutico é algo que leva tempo.

Nesse sentido, quando a família entende melhor o diagnóstico, ou situação do paciente, ela pode participar como um co-terapeuta, ou seja, pode auxiliar na realização de algumas intervenções, no incentivo para continuar a terapia e possíveis medicações.

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Para a família, nem sempre este será um processo fácil, pois neste processo, os familiares podem apresentar dificuldades, limitações, ou mesmo sentimentos de culpa, incapacidade, medo, ansiedade para a melhora da pessoa, até mesmo alguns conflitos internos que são comuns e surgem nessa experiência de cuidar de alguém que ama. Nesses momentos, são importantes cuidados em não exigir demais do paciente, não abandoná-lo no processo ou tentar “excluí-lo” de uma vida social, além de aprender a lidar com algumas situações, pois para o paciente que está passando pelo processo terapêutico, também é muito difícil, quando as pessoas que ele tem um laço, fazem comentários críticos ou nutrem preconceitos para com a pessoa que está buscando ajuda.

Sendo assim, o paciente, a família e o terapeuta, deve estar alinhados em relação ao objetivo, a confiança, o vínculo, seja a família participante direta ou indiretamente da terapia. A aceitação do tratamento é o que irá garantir a melhora da pessoa, essa parceria traz diversas vantagens para o tratamento, pois é importante que a família sinta que pode fazer algo para ajudar seu familiar, esse envolvimento ajuda o terapeuta a ter uma visão ampla da demanda do paciente, além do ambiente do consultório. E ainda, mesmo que não seja possível mudar o quadro do paciente, a família compreende melhor o trabalho e os objetivos do terapeuta.

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Por fim, a participação da família é fundamental e contribui de forma significativa no tratamento e na melhora do paciente, pois ele sente-se valorizado e confiante da sua recuperação, quando sente o afeto, apoio e participação da família.

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Referências:

GRANDO, Lucia Helena; ROLIM, Marli Alves. Família e transtornos alimentares: as representações dos profissionais de enfermagem de uma instituição universitária de atenção à saúde mental. Rev. Latino-Am. Enfermagem,  Ribeirão Preto ,  v. 13, n. 6, p. 989-995,  Dec.  2005 .

https://www.fonocom.com.br/importanciadafamilia

Colunista:

Mariângela Neves

Psicóloga

“Não me pergunte quem sou e não me diga para permanecer o mesmo.”

-Michel Foucault

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